Xadrez ajuda na inclusão de pessoas com TEA em Barueri

Xadrez ajuda na inclusão de pessoas com TEA em Barueri

Projeto da SDPD transforma o xadrez em ferramenta de desenvolvimento cognitivo, emocional e social para pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Xadrez e inclusão: uma combinação que transforma vidas

Em Barueri, o xadrez tem se mostrado muito mais do que um jogo. Na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SDPD), a prática se tornou uma poderosa ferramenta de inclusão para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O projeto “Xadrez Autismo”, criado pelo instrutor Luciano Gomes, oferece aulas semanais que unem estratégia, disciplina e socialização. Segundo a SDPD, a iniciativa já demonstra resultados notáveis no aumento da concentração, da autoestima e da capacidade de interação dos participantes.

Aulas que estimulam mente e convivência

As aulas acontecem todas as terças-feiras, das 8h às 12h, e atualmente atendem sete alunos com TEA. Além das atividades regulares, o grupo também participa de eventos públicos, como o Festival Cultural de Xadrez, promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo de Barueri (Secult).

Durante o evento, dois alunos do projeto competiram ao lado de outras pessoas com TEA, sob o olhar atento de familiares, visitantes e do próprio Luciano, que atuou como árbitro voluntário. Para ele, a experiência reforça uma mensagem essencial:

“As pessoas com TEA são diferentes, mas nunca inferiores. Cada uma possui habilidades únicas, e o respeito a essas particularidades é o caminho para uma sociedade mais inclusiva”, destacou o instrutor.

Reconhecimento nacional e internacional

O trabalho desenvolvido por Luciano já ultrapassou fronteiras. Ele é membro do Infinite Chess Project, iniciativa internacional ligada à Federação Internacional de Xadrez (FIDE). Além disso, seu projeto conta com apoio técnico da educadora Natacha Gragnolati, da Universidade de Salamanca (Espanha), e reconhecimento da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX).

Luciano, que também é professor de Língua Portuguesa e pai de uma criança com TEA, une experiência acadêmica e vivência pessoal para criar um método sensível e eficiente de ensino.

Depoimentos que inspiram

Os resultados do projeto já são percebidos pelas famílias.
Ricardo Félix, pai de uma aluna de 19 anos, conta que o xadrez tem ajudado na rotina da filha:

“O xadrez está sendo muito bom pra ela. A gente se reveza pra trazê-la nas aulas, e notamos que ela está mais calma e focada.”

Juliana dos Santos, mãe de uma menina de 11 anos, também viu avanços significativos:

“Ela melhorou a concentração e o respeito com os colegas. Está mais comunicativa e até joga em casa com o pai.”

Já Agnaldo Manoel, pai de um jovem de 19 anos, destaca o impacto do projeto no desenvolvimento do filho:

“O Pedro está se socializando melhor e aplicando o que aprende até nos jogos digitais que estuda.”

Um tabuleiro de oportunidades

Segundo a coordenadora técnica da SDPD, Maria Luisa Pereira, o projeto foi criado em 2024 com o objetivo de usar o xadrez para desenvolver habilidades cognitivas e sociais.

“O xadrez estimula funções adaptativas, melhora a convivência e favorece a inclusão. Nosso objetivo é ampliar o alcance dessa iniciativa para mais pessoas com diferentes perfis”, afirmou.

A experiência mostra que, quando o poder do conhecimento se une à empatia, o resultado vai muito além do jogo: ele muda vidas.

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