Presos do semiaberto vão auxiliar na limpeza após temporais em SP

Presos do semiaberto vão auxiliar na limpeza após temporais em SP

Medida anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas busca acelerar a recuperação das cidades atingidas pelas fortes chuvas com o apoio da mão de obra prisional.

Após as fortes tempestades que atingiram o estado de São Paulo, provocando quedas de árvores, destelhamento de imóveis, alagamentos e falta de energia em diversas regiões, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou uma ação emergencial para apoiar as cidades mais afetadas.

A proposta prevê a utilização de presos do regime semiaberto como mão de obra complementar nas atividades de limpeza urbana e reparo dos estragos. O anúncio foi feito durante reunião com prefeitos e representantes de 56 municípios no Palácio dos Bandeirantes, onde foram discutidas medidas de resposta imediata aos danos.

Segundo o governo, a iniciativa contará com autorização judicial e será realizada por meio da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap), vinculada à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). A Funap tem como missão promover a reintegração social de pessoas privadas de liberdade e de egressos do sistema prisional.

Em Cajamar, na Grande São Paulo, os trabalhos já começaram. Reeducandos do semiaberto atuam na remoção de entulhos, corte de árvores caídas e desobstrução de vias públicas. Essa força-tarefa é vista como um reforço importante para agilizar o restabelecimento da normalidade.

Além do uso da mão de obra prisional, o governo também anunciou apoio técnico e jurídico para que os municípios possam decretar situação de anormalidade, garantindo acesso a recursos, além da distribuição de telhas para imóveis danificados e ajuda humanitária às famílias afetadas.

Ainda não há definição sobre pagamento ou progressão de pena para os presos envolvidos nos trabalhos emergenciais. No entanto, especialistas lembram que a legislação prevê a redução de um dia de pena a cada três dias trabalhados, além da possibilidade de remuneração proporcional.

Esse tipo de medida já é adotado em outros estados brasileiros. Em Goiás, por exemplo, reeducandos atuam em mutirões de limpeza em mais de 40 municípios. No Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, presos também têm sido aproveitados em atividades de varrição de ruas, coleta de recicláveis, desobstrução de córregos e manutenção de praças públicas.

De acordo com especialistas em políticas criminais, a prática pode gerar benefícios como reintegração social, disciplina e capacitação profissional. No entanto, ressaltam que é essencial garantir segurança jurídica, remuneração justa e oportunidade de formação para que não haja risco de exploração.

A iniciativa do governo paulista busca unir esforços entre estado e municípios para reduzir os impactos causados pelos temporais e, ao mesmo tempo, oferecer uma oportunidade de reinserção social para os reeducandos.

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