Pesquisa Data Favela: 53% dos envolvidos no tráfico em SP aceitariam deixar o crime com apoio adequado

Pesquisa Data Favela: 53% dos envolvidos no tráfico em SP aceitariam deixar o crime com apoio adequado

Empreendedorismo como alternativa ao crime: o que revela a pesquisa em favelas de São Paulo

O Instituto Data Favela divulgou dados da pesquisa “Raio-X da Vida Real”, realizada com 3.115 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas em 23 estados brasileiros. Em São Paulo, os números indicam potencial significativo para políticas de saída do crime por meio do empreendedorismo e do suporte econômico.

Principais indicadores em São Paulo

– 53% dos entrevistados no estado declararam que deixariam o tráfico se houvesse alternativa viável de renda.
– 25% afirmaram que gostariam de abrir o próprio negócio.
– Apenas 14% consideram o emprego formal (CLT) como solução preferencial.
– 54% entraram no crime por necessidade financeira.
– 28% citam o medo de não sustentar a família e 28% o risco de morte como principais barreiras para abandonar a atividade ilícita.

Perfil dos entrevistados na capital paulista

A maioria (50%) tem entre 13 e 26 anos, é negra ou parda e reside na mesma comunidade desde o nascimento (80%). A renda familiar média fica em até dois salários mínimos para 62% dos casos. Esses dados reforçam que o envolvimento com o tráfico está associado a condições socioeconômicas estruturais nas periferias.

Comparação nacional e implicações práticas

No cenário nacional, 58% aceitariam deixar o crime com apoio econômico, número cinco pontos acima do registrado em SP. A preferência pelo empreendedorismo como saída aparece de forma consistente: 25% em São Paulo e valores próximos em outros estados. Isso sugere que programas de microcrédito, capacitação empresarial e desburocratização para abertura de pequenos negócios podem ser mais eficazes do que apenas a oferta de vagas formais.

As prefeituras e o governo estadual já contam com iniciativas como o Programa Prospera SP e linhas de crédito do Banco do Povo Paulista, mas a escala atual ainda é insuficiente para atender a demanda revelada pela pesquisa. Especialistas apontam que a combinação de financiamento acessível, mentoria técnica e redução de entraves burocráticos seria o caminho mais alinhado ao desejo expresso pelos próprios envolvidos.

Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas baseadas em evidências que priorizem a geração de renda autônoma nas comunidades de maior vulnerabilidade. A pesquisa completa está disponível no site do Instituto Data Favela.

Fonte: Metrópoles

Os números mostram que o empreendedorismo pode ser uma das saídas mais eficazes para reduzir o recrutamento do crime nas periferias. Para acompanhar análises e dados sobre São Paulo, acesse o Jornal Comarca Paulista.

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