O antigo campo de golfe localizado no Jardim Adalgiza, em Osasco, pode estar prestes a ganhar um novo capítulo em sua história. Abandonado há anos, o terreno que abrigava o tradicional São Francisco Golf Club — referência esportiva da Grande São Paulo — tornou-se foco de preocupação para moradores e autoridades locais. A degradação visível, a ausência de manutenção e os impasses judiciais envolvendo a iniciativa privada acenderam o alerta na Câmara Municipal.
Durante a sessão ordinária da última quinta-feira (7), vereadores manifestaram apoio ao tombamento da área, atualmente sob análise do Condephaat (Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). A proposta visa preservar o espaço e transformá-lo em um equipamento público voltado ao lazer, à cultura e à memória urbana.
O presidente da Câmara, Carmônio Bastos (Podemos), foi enfático: “Passei no Adalgiza e vi o campo de golfe: um ambiente feio, com tapume. Já que não vai construir prédio e não há decisão judicial, vamos fazer o tombamento daquela área. Quem sabe criar um Parque da Juventude ou outro serviço público. O golfe era um símbolo para o osasquense.”
A sugestão de Bastos inclui a criação de uma comissão parlamentar para acompanhar o processo. A proposta recebeu apoio imediato de Laércio Mendonça (PDT), que destacou o impacto da indefinição sobre os moradores: “Está um ‘chove e não molha’ que causa sofrimento à população. O tombamento é necessário e urgente.”
A preocupação com o patrimônio histórico também foi levantada por Josias da Juco (PSD), que alertou para a demolição de imóveis históricos na cidade sem fiscalização adequada. Já a vereadora Elsa Oliveira (Podemos), moradora da região, reforçou o valor ambiental do terreno: “É uma das poucas reservas ambientais de Osasco. Além de nós, pássaros e outras espécies dependem daquele espaço e vão ‘agradecer’ pelo tombamento.”
A mobilização dos parlamentares reflete uma demanda crescente por espaços públicos que conciliem lazer, preservação ambiental e valorização da memória urbana. Em tempos de urbanização acelerada, o debate sobre o uso consciente do território ganha força — e pode redefinir o futuro de uma área que já foi símbolo de sofisticação esportiva.
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