A Faculdade Santa Marcelina tomou medidas severas após imagem com frase ofensiva viralizar; grupo feminista fez a denúncia e atlética foi interditada por tempo indeterminado
A Faculdade Santa Marcelina anunciou a expulsão de 12 estudantes do curso de medicina após um episódio que chocou a comunidade acadêmica e repercutiu fortemente nas redes sociais. A decisão foi tomada após a divulgação de uma imagem em que os alunos aparecem segurando uma faixa com a frase “entra porra, escorre sangue” durante um evento esportivo entre faculdades realizado em 15 de março.
A faixa exibida no torneio esportivo trazia uma conotação violenta e explícita, interpretada como apologia ao estupro, o que motivou a denúncia feita pelo Coletivo Francisca, grupo feminista composto por alunas e ex-alunas da própria instituição.
Além das expulsões, outros 11 estudantes foram punidos com suspensões e advertências. A atlética responsável pela participação no evento foi interditada por tempo indeterminado.
Posicionamento da instituição
Em nota oficial publicada no Instagram, a Faculdade Santa Marcelina reafirmou seu compromisso com os princípios éticos e legais. A instituição destacou sua colaboração com as autoridades e informou que as sindicâncias internas foram abertas no dia 21 de março, além de ter comunicado o caso ao Ministério Público.
“A Faculdade Santa Marcelina reafirma sua postura proativa e colaborativa perante as autoridades competentes, e compromete-se com a transparência, os princípios éticos e morais, a dignidade social e acadêmica e a legislação vigente”, destacou a nota.
Conteúdo ofensivo tem histórico
Segundo o Coletivo Francisca, a frase presente na faixa faz referência direta a um antigo “hino” da atlética, banido em 2017 após denúncias de machismo e apologia ao estupro. Trechos desse antigo cântico incluíam frases como:
“Se no fundo eu não relo, as bordas eu arregaço / Med Santa Marcelina arrancando seu cabaço”
“Entra porra e sai sangue, tu gritando igual capeta”
O ressurgimento do conteúdo, segundo o grupo, indica que comportamentos abusivos ainda fazem parte da cultura universitária.
Reincidência e cobrança por mudanças
O coletivo feminista afirma que já havia alertado a faculdade anteriormente sobre os riscos de tolerância com esse tipo de conduta. A manutenção de estudantes envolvidos em cargos de representação, como a atlética, é vista como um reforço às práticas ofensivas dentro da universidade.
Uma ex-aluna, em entrevista ao g1, disse: “O episódio nos faz questionar até quando esse tipo de cultura será tolerado”.
Base legal: Lei contra trotes abusivos
A denúncia também cita a Lei Estadual nº 18.013/2024, que proíbe qualquer atividade de recepção universitária que envolva coação, misoginia, humilhação ou constrangimento. A legislação responsabiliza as instituições por investigar e punir casos, mesmo que ocorram fora do ambiente físico da faculdade.
O episódio reacende o debate sobre a cultura universitária e a necessidade de medidas preventivas mais eficazes.

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