Vereador em Cotia-SP, Alexandre Frota pode perder o mandato após denúncias de conduta indevida em fiscalizações na área da saúde. Mas estaria ele apenas cumprindo seu dever?
A cidade de Cotia, na região metropolitana de São Paulo, vive um embate político que vai além de partidos ou posicionamentos ideológicos: está em jogo o limite entre a fiscalização legítima e o possível abuso de autoridade.
O protagonista dessa história é Alexandre Frota, ex-ator, ex-deputado federal e atualmente vereador pelo PDT. Em recente atuação como fiscal do povo, Frota realizou visitas noturnas a unidades de saúde do município, registrando e denunciando supostas irregularidades como a falta de medicamentos, profissionais dormindo em horário de plantão e até comportamentos inadequados de servidores públicos.
Porém, a forma como o vereador conduziu essas fiscalizações gerou reações controversas. Segundo denúncia do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Frota teria ultrapassado os limites do decoro parlamentar, intimidando médicos e invadindo espaços restritos durante atendimentos – inclusive a um menor de idade.
Agora, cabe à Câmara Municipal decidir: Frota merece ser cassado por sua conduta ou está sendo perseguido por expor problemas reais da saúde pública?
Fiscalização ou censura política?
Frota defende que seu trabalho expôs falhas graves que afetam diretamente a população, e que a denúncia do CREMESP é apenas uma tentativa de censura. “Em vez de apurar os fatos e corrigir os erros, setores da política local parecem mais preocupados em punir quem teve coragem de mostrar a verdade”, declarou em nota oficial.
Do outro lado, os profissionais da saúde alegam que o vereador agiu com autoritarismo e criou um ambiente de constrangimento nos atendimentos. Para o CREMESP, houve quebra de decoro e uso inadequado do poder fiscalizatório.
O que é mais grave? O descaso nos hospitais ou a forma como isso foi denunciado?
Histórico de ações sociais reforça sua defesa
Apesar das controvérsias, Frota possui um histórico recente de contribuições para a cidade. Em sua mais nova ação, doou R$ 10 mil à Defesa Civil de Cotia para consertar equipamentos que estavam há meses inoperantes. A iniciativa se soma a outras, como a doação de um caminhão-bomba de R$ 1 milhão ao Corpo de Bombeiros durante seu mandato como deputado federal, e projetos voltados à assistência social, como distribuição de alimentos, remédios e apoio a exames e cirurgias para a população mais vulnerável.
E agora, Cotia?
O caso levanta uma questão delicada: até onde vai o direito do vereador de fiscalizar? E quando a exposição pública se transforma em afronta ao serviço e ao servidor?
A população, que acompanha de perto essa disputa, também se vê provocada a refletir: estamos diante de um vereador que ultrapassou limites ou de um político corajoso sendo silenciado?

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