Rafael Anjos Martins, de 28 anos, está internado desde 1º de setembro em estado crítico; governo investiga 22 ocorrências e cinco mortes ligadas a bebidas adulteradas.
O jovem Rafael Anjos Martins, de 28 anos, permanece internado em estado crítico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular em Osasco desde o dia *1º de setembro de 2025, após ingerir gin com suspeita de adulteração por **metanol*, substância tóxica usada em solventes industriais.
Segundo a mãe de Rafael, a enfermeira Helena Martins, o quadro clínico é considerado irreversível pela medicina. O paciente respira por ventilação mecânica e não apresenta fluxo sanguíneo cerebral. “Não houve nenhuma alteração no quadro dele. Continua muito crítico. Eu ‘moro’ aqui com ele, e a união da família é o que nos mantém”, afirmou em entrevista ao Fantástico.
A bebida foi consumida no dia *23 de agosto*, em companhia de amigos, após ser comprada em uma adega na região da Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo. Um dos amigos também foi internado com perda de visão, mas já recebeu alta. A Polícia Civil apreendeu duas garrafas abertas e outras 14 lacradas no local, que foram encaminhadas à perícia. Um inquérito foi aberto para investigar o caso.
⚠ O que é o metanol?
O metanol é um tipo de álcool utilizado na indústria química, altamente tóxico para consumo humano. Quando ingerido, é metabolizado pelo fígado em substâncias que afetam o sistema nervoso central, podendo causar cegueira, coma, falência múltipla de órgãos e morte.
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📊 Surto em São Paulo
O caso de Rafael integra um surto de intoxicações por bebidas adulteradas com metanol em São Paulo. Segundo o governo estadual, até 30 de setembro, foram registrados 22 casos suspeitos ou confirmados, com cinco mortes em investigação. As cidades afetadas incluem São Paulo, São Bernardo do Campo, Limeira e Itapecerica da Serra.
Em operações recentes, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apreendeu mais de 800 garrafas na capital e outras 17,7 mil no interior paulista. Três bares e uma distribuidora foram interditados. O protocolo de investigação inclui coleta de sangue e urina, análise laboratorial e rastreamento da origem das bebidas.
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