Carapicuíba, na Grande São Paulo, virou protagonista nacional no uso das chamadas emendas Pix — transferências diretas do orçamento federal para os municípios, sem necessidade de convênio ou prestação prévia. Desde 2020, a cidade recebeu mais de R$ 157 milhões por essa modalidade, tornando-se líder no ranking nacional de repasses.
Boa parte desses recursos foi parar nas mãos da construtora Winter Garden, que quadruplicou sua receita com a prefeitura desde o início das emendas Pix. De 2019 a 2023, os contratos saltaram de R$ 7,5 milhões para R$ 32,3 milhões anuais. A empresa já firmou mais de 100 contratos com o município desde 2017.
Em nota, a Winter Garden afirma que desconhece a origem dos valores e que todos os serviços foram prestados conforme licitações e contratos públicos. No entanto, auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou dificuldades para rastrear os gastos, além de obras em condições precárias e despesas não comprovadas.
Outro ponto que chamou atenção foi a ligação societária da construtora com uma offshore registrada nas Bahamas, entre junho de 2024 e abril de 2025. Embora o uso de offshores não seja ilegal, especialistas alertam para os riscos de blindagem patrimonial e falta de transparência.
Diante das irregularidades, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de parte dos repasses via emendas Pix para Carapicuíba, que lidera a lista dos municípios com verbas bloqueadas.
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