Clube histórico busca nova casa após perder sede; futuro do Rubrão pode estar em Osasco, mas mudança envolve desafios financeiros e burocráticos
O Oeste Futebol Clube, fundado em 1921 na cidade de Itápolis, vive novamente um momento decisivo em sua trajetória. Depois de oito anos em Barueri, onde utilizava a estrutura da Arena Barueri sem custos, o clube foi obrigado a deixar as instalações após o fim do acordo de cessão com a prefeitura. Sem sede oficial, o Rubrão treina provisoriamente em Araçariguama, mas a tendência é que a cidade de Osasco se torne sua nova casa a partir de 2026.
Fim da parceria em Barueri
A saída de Barueri tem duas explicações principais: a mudança de gestão municipal e a concessão da Arena Barueri para a Crefipar Participações, ligada à presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Antes, o Oeste tinha acesso gratuito ao estádio em troca de carregar o nome da cidade em seu uniforme. Com a nova administração, o clube teria que arcar com os custos operacionais das partidas, valor considerado inviável pela diretoria.
Em sua última partida na Arena Barueri, o prejuízo ultrapassou os R$ 18 mil, evidenciando a dificuldade financeira. Hoje, a arena é utilizada pelas equipes de base e feminino do Palmeiras e eventualmente pelo time profissional, quando o Allianz Parque está reservado para shows e eventos.
Osasco surge como alternativa
O destino mais provável do Oeste é Osasco, onde o clube já disputou partidas da Copa Paulista no Estádio José Liberatti. No entanto, a mudança não é simples. O local é administrado pelo Osasco Audax, ex-parceiro do Oeste, e também compartilhado com o Grêmio Osasco. A Federação Paulista de Futebol permite apenas dois clubes registrados por estádio na mesma cidade, o que exigiria um acordo formal e o pagamento de uma taxa de transferência de R$ 800 mil.
Apesar dos entraves, Osasco se mostra como a cidade mais preparada para receber o Rubrão, que segue sem divisão nacional e disputa atualmente apenas a Série A2 do Paulistão e a Copa Paulista.
Uma história de mudanças e incertezas
A trajetória do Oeste nos últimos anos tem sido marcada por instabilidade. O clube deixou Itápolis em 2016, após a interdição do Estádio dos Amaros, e encontrou em Barueri a estrutura necessária para jogar competições de alto nível. Contudo, a falta de resultados e a queda para divisões inferiores enfraqueceram o projeto.
Entre 2013 e 2020, o time manteve presença constante na Série B do Campeonato Brasileiro, mas acumulou rebaixamentos em sequência a partir de 2020. Hoje, além das dificuldades esportivas, enfrenta dívidas que giram em torno de R$ 3 milhões e está em recuperação judicial.
O futuro do Rubrão
O Oeste estuda transformar-se em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) como forma de atrair investimentos e reorganizar sua situação financeira. Enquanto isso, a possível mudança para Osasco pode representar uma nova chance de reerguer o clube. A confirmação depende de negociações entre diretoria, prefeitura e a Federação Paulista de Futebol.
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